Maio Amarelo: a corrida contra as mortes no trânsito brasileiro

 


O amarelo que pinta ruas e rodovias neste mês carrega um alerta urgente: o Brasil continua perdendo vidas no trânsito em números que assustam. Dados oficiais revelam que a cada 15 minutos uma família recebe a notícia que nenhuma quer ouvir - um ente querido vítima fatal do trânsito. Em 2023, foram 35 mil mortes em decorrência de acidentes de trânsito. Só nas rodovias federais, os números de 2024, mostraram um número bem alto, com 6.160 pessoas perdendo suas vidas por conta de acidentes de trânsito.

O desafio das estradas federais

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), agência nacional responsável por fiscalizar mais de 20 mil quilômetros de rodovias concedidas, preparou para este Maio Amarelo uma série de medidas que vão ser adotadas e implementadas durante todo o mês de maio, que incluem banners, palestras e ações de campo.

Nas concessionárias, fiscais da ANTT estão ampliando as abordagens a caminhoneiros. Não é só sobre multar, mas sobre conversar, muitos profissionais passam dias na estrada e acabam negligenciando o cansaço. O papel dos agentes é o de lembrá-los que uma pausa pode salvar vidas, não apenas a dele, mas de outras pessoas que trafegam pelas rodovias.

Onde o perigo mora

Os números não mentem: os principais vilões continuam sendo a velocidade excessiva, a combinação álcool e direção, e o uso do celular ao volante. Mas há um novo agravante - a pressa. Psicólogos do trânsito observam que muitos motoristas desenvolveram um comportamento mais agressivo após os anos de isolamento durante a pandemia.

"Temos visto cada vez mais motoristas que tratam o trânsito como uma competição", analisa a psicóloga especialista em trânsito, Dra. Fernanda Costa. "Esse comportamento está custando vidas."

O que está sendo feito

Nas estradas:

  • 97 operações simultâneas de fiscalização estão programadas para acontecer durante o mês maio

  • Radares móveis serão implantados em pontos críticos de acidentes

  • Aumento em 30% das abordagens com etilômetro

Nas cidades:

  • Campanhas em 1.200 postos de combustível

  • Parceria com aplicativos de transporte

  • Ações em 300 escolas públicas espalhadas pelo país

O diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, é enfático: "Não podemos normalizar essas mortes. Cada número é uma história interrompida, uma família destruída. Estamos combatendo isso com educação, engenharia e fiscalização, mas precisamos que cada motorista faça sua parte."

O caminho pela frente

Especialistas concordam: enquanto o país não tratar a segurança viária como prioridade nacional, continuaremos contando mortos. O Maio Amarelo surge como um grito de alerta - mas o trabalho precisa continuar nos outros 11 meses do ano.

"Já sabemos o que causa acidentes e como evitá-los", resume o especialista em segurança viária, Marcos Aurélio. "Agora precisamos de vontade política e mudança cultural. Do contrário, em 2026 estaremos aqui novamente, lamentando números que poderiam ser evitados."

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