Maio Furta-Cor: campanha destaca importância da saúde mental materna e reforça luta por políticas públicas

Em meio às celebrações do Dia das Mães, o Maio Furta-Cor surge como um movimento para debater a saúde mental materna, tema ainda cercado de tabus e invisibilidade. A campanha, criada em 2021, tem como objetivo sensibilizar a sociedade, promover ações baseadas em evidências científicas e pressionar por políticas públicas que garantam suporte adequado às mães brasileiras.

O nome “Furta-cor” — uma tonalidade que muda conforme a luz — simboliza as múltiplas experiências da maternidade, muitas vezes marcadas por desafios emocionais pouco discutidos. A iniciativa busca iluminar essas vivências, mostrando que a saúde mental materna é uma questão de saúde pública.

Por que essa discussão é urgente?

A maternidade pode ser um período de grande vulnerabilidade emocional. Depressão pós-parto, ansiedade, burnout materno e psicose puerperal são algumas das condições que afetam milhares de mulheres, mas que ainda enfrentam subdiagnóstico e falta de acolhimento. Segundo a OMS, cerca de 10% a 20% das mães sofrem com transtornos mentais no pós-parto, número que pode ser ainda maior em contextos de vulnerabilidade social.

A campanha se alia ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio, reforçando a importância de um cuidado em liberdade, baseado em serviços comunitários e humanizados, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). A data rememora a luta histórica contra os manicômios e a defesa de um tratamento digno para pessoas com transtornos mentais.

Quais são os sinais de alerta?

Alguns sintomas indicam que a saúde mental materna pode estar comprometida e exigem atenção:

  • Tristeza persistente e choro frequente

  • Dificuldade de criar vínculo com o bebê

  • Insônia ou excesso de sono

  • Crises de ansiedade ou pânico

  • Pensamentos negativos recorrentes, incluindo ideias de autoagressão ou sobre o bebê

Quando procurar ajuda?

É fundamental buscar apoio profissional quando:

  • Os sintomas persistem por mais de duas semanas

  • Há prejuízos nas atividades diárias

  • Surgem pensamentos autodestrutivos ou de desesperança

  • A mãe sente que não consegue cuidar de si ou do bebê

Como prevenir e promover saúde mental materna?

  • Rede de apoio: Família, amigos e profissionais de saúde devem oferecer escuta ativa e suporte prático.

  • Acompanhamento pré e pós-parto: Consultas com psicólogos e psiquiatras podem identificar riscos precocemente.

  • Políticas públicas: É preciso ampliar acesso a terapias, grupos de apoio e programas de assistência social.

  • Autocuidado: Permitir-se descansar, dividir tarefas e buscar momentos de relaxamento são medidas essenciais.

Onde encontrar ajuda?

  • CAPs (Centros de Atenção Psicossocial)

  • Ambulatórios de saúde mental

  • Programas de apoio à maternidade no SUS

  • ONGs e coletivos especializados, como a Rede de Apoio à Saúde Mental Materna

Maio Furta-Cor é um convite à reflexão: cuidar das mães é cuidar do futuro. A campanha reforça que a saúde mental materna não é um luxo, mas um direito fundamental.

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