A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, dia 13 de maio, uma operação em nove estados brasileiros para desarticular um esquema criminoso especializado em fraudar o sistema de autenticação biométrica do gov.br. A ação, que cumpre cinco mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão, mira um grupo acusado de utilizar manipulação facial avançada para burlar serviços públicos digitais e desviar benefícios ilegalmente.
Segundo investigações, os criminosos adulteravam digitalmente traços faciais de pessoas vivas e falecidas para acessar contas na plataforma governamental. A técnica permitia burlar o sistema de liveness detection, recurso que verifica se a biometria é capturada em tempo real, impedindo o uso de fotos ou vídeos.
A suspeita é que a organização utilizasse inteligência artificial ou reconstruções faciais em tempo real para simular a presença física dos usuários, viabilizando invasões a sistemas como o "Valores a Receber" do Banco Central e o aplicativo Meu INSS.
A operação, iniciada após denúncia veiculada pela TV Globo, revelou que o grupo atuava em duas frentes: na primeira, acessava valores residuais de cidadãos falecidos registrados no Banco Central; na segunda, invadia contas ativas para autorizar empréstimos consignados ilegais e movimentações financeiras fraudulentas.
Os alvos incluíam residências e empresas em São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins.
Os investigados responderão por crimes como invasão qualificada de dispositivos informáticos e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar oito anos de prisão. A PF, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), analisa dados apreendidos e não descarta novas etapas da operação.
Autoridades destacaram que o caso expõe vulnerabilidades críticas em sistemas de segurança digital, especialmente em um contexto de crescente digitalização de serviços públicos. "A integridade da autenticação biométrica é fundamental para a confiança nas instituições", afirmou um representante da PF, sem divulgar identidade.
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