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foto divulgação: Prefeitura de Marília |
O mosquito Aedes aegypti continua sendo um grave problema de saúde pública em todo o Brasil, e na região de Marília a situação não é diferente. O mosquito, que encontra nas áreas urbanas um ambiente propício para sua proliferação, é o principal transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Com um ciclo de vida curto, mas altamente eficiente, ele deposita ovos em locais com água parada, tornando essencial a eliminação de criadouros para evitar surtos das doenças.
Atualmente, a dengue tem sido a principal preocupação das autoridades de saúde. Os casos da doença têm aumentado rapidamente, gerando até divergências entre os números apresentados nos painéis federal, estadual e municipal. As diferenças ocorrem devido à metodologia de atualização dos dados: enquanto o Ministério da Saúde consolida informações semanalmente, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo mantém uma atualização mais dinâmica, porém ainda dependente dos dados fornecidos pelas prefeituras. Vale destacar que o painel federal não possui o campo de "negativos" para a doença, informação que só aparece no painel estadual e em alguns painéis municipais.
O Diário de Garça entrou em contato com nove municípios da região para entender a situação local, saber quais ações estão sendo desenvolvidas e como a população está sendo convocada para ajudar na luta contra o mosquito.
A seguir, confira um panorama detalhado da situação em cada município:
Garça
A cidade apresenta divergências entre os painéis estadual, federal e municipal. Enquanto o painel federal aponta 303 casos positivos e 331 suspeitos, o estadual registra 325 positivos e 379 suspeitos. Já a prefeitura contabiliza 319 casos confirmados e 510 suspeitos.
Em relação à chikungunya, tanto os painéis estadual e federal indicam um caso em investigação, mas a prefeitura afirma que "não há registros de casos de chikungunya".
Ações de combate
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Garça informou que o município realiza visitas domiciliares para eliminar focos do mosquito e orientar a população. Além disso, há ações de nebulização e o funcionamento do 'Polo Dengue' na Unidade Glenda, que continuará operando nos próximos finais de semana.
Marília
O município é o que apresenta o maior número de casos na região. Segundo o painel federal, há 3.079 casos positivos, enquanto o estadual registra 3.142. Já os dados municipais mostram 3.239 confirmações, incluindo 105 casos com sinais de alarme e 8 graves.
No caso da chikungunya, os painéis federal e estadual indicam dois casos confirmados, enquanto a prefeitura relata apenas um.
Ações de combate
A Diretoria de Comunicação de Marília informou que, desde janeiro, diversas ações vêm sendo realizadas, como a Operação Cata-Treco, nebulizações noturnas e visitas de agentes comunitários de saúde (ACS). Além disso, foram instaladas 3.000 Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs).
Sobre a divergência nos números, a prefeitura ressaltou que isso ocorre devido às atualizações distintas entre os sistemas federal, estadual e municipal.
Álvaro de Carvalho
Os dados estaduais e federais diferem consideravelmente. O painel federal indica 9 casos confirmados e nenhum suspeito, enquanto o estadual registra 5 confirmações e 6 suspeitos.
Para chikungunya, ambos os painéis apontam um caso suspeito, e o estadual acrescenta dois casos descartados.
A Prefeitura não respondeu aos questionamentos, e as redes sociais não apresentam informações atualizadas. O espaço segue aberto para manifestação.
Alvinlândia
Os números da dengue também apresentam divergências: o painel federal informa 5 casos positivos e 6 suspeitos, enquanto o estadual aponta 9 positivos e 7 negativos, sem casos suspeitos em aberto.
Para a chikungunya, o painel estadual registra um caso negativo, e o federal não menciona a doença.
A Prefeitura informou que a Secretaria de Saúde estava em reunião e que os dados podem ser atualizados em breve. Nas redes sociais, a municipalidade tem divulgado vídeos informativos sobre a importância do combate ao Aedes aegypti e a necessidade de colaboração da população. O espaço segue aberto para manifestação.
Fernão
Este é um dos quatro municípios cujos dados estaduais e federais são idênticos, com 4 casos positivos e 1 suspeito para dengue. A única diferença é que o painel estadual também indica 5 casos negativos.
A Prefeitura forneceu dados atualizados no final da tarde, que ainda serão contabilizados nos painéis estadual e federal, registrando 5 casos confirmados e 3 suspeitos para dengue.
Quanto a chikungunya, há um caso negativo no painel estadual apenas.
Ações de combate
A Prefeitura informou que tem realizado mutirões e visitas domiciliares, além de ações educativas em escolas. Uma Sala de Situação Municipal Intersetorial foi criada para monitorar os casos e planejar novas estratégias.
Além disso a Prefeitura demonstra em suas redes socias estar realizado ações denominadas arrastão contra a dengue, que aparecem em suas redes sociais frequentemente, convocando a população a cooperar. O próximo arrastão está agendado para o sábado, 15 de março, com início as 7 horas, e solicita que os munícipes colaborem deixando os materiais inservíveis para serem recolhidos pelo caminhão da prefeitura para evitar possíveis criadouros.
Sobre as divergências nos números, o município esclareceu que segue os fluxos estabelecidos pelos órgãos de saúde e que os dados podem variar devido a prazos de atualização e ajustes após investigações epidemiológicas.
Gália
Os números nos painéis federal e estadual também apresentam diferenças. O federal aponta 14 casos positivos e 25 suspeitos, enquanto o estadual registra 16 confirmações e 31 suspeitos.
Nas redes sociais da Secretaria de Saúde de Gália, o último boletim publicado em 7 de março informava 19 casos positivos, um número superior ao registrado nos painéis oficiais.
A Prefeitura não respondeu aos questionamentos, mas tem divulgado ações como nebulizações e visitas domiciliares. O espaço segue aberto para manifestação.
Júlio Mesquita
Assim como Fernão, os dados federais e estaduais de Júlio Mesquita são idênticos, com 27 casos positivos e 6 suspeitos. O painel estadual também indica 20 casos negativos.
Não há registros de chikungunya na cidade.
A Prefeitura não respondeu aos questionamentos até o fechamento da matéria, porém, em suas redes sociais as últimas ações divulgadas no combate a dengue datam de janeiro. O espaço segue aberto para manifestação.
Lupércio
Os dados da cidade também são consistentes entre os painéis federal e estadual, com 7 casos positivos e 3 suspeitos.
Na chikungunya, ambos os painéis apontam apenas casos negativos.
A Prefeitura não respondeu até o fechamento da matéria, mas tem divulgado ações de limpeza em suas redes sociais, relatando dificuldades com descarte irregular de entulho em áreas rurais, o que pode facilitar a proliferação do mosquito. O espaço segue aberto para manifestação.
Vera Cruz
A cidade apresenta números idênticos nos painéis federal e estadual, com 217 casos positivos e 185 suspeitos. O painel federal ainda registra 157 casos negativos.
Na chikungunya, a única diferença é um caso negativo registrado no painel federal.
Embora não tenha respondidos aos questionamentos, a prefeitura tem reforçado suas ações de combate à dengue em suas redes oficiais, incluindo a criação de um polo de hidratação na Avenida Paulista, 1509, que atende inclusive nos finais de semana. O espaço segue aberto para manifestação.
Responsabilidade compartilhada
O avanço dos casos de dengue e chikungunya na região reforça a necessidade da população manter-se engajada às ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti. A eliminação de criadouros, é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e as população. Mesmo com as ações das prefeituras, se não houver comprometimento de todos, os números tendem a subir ainda mais.
Embora alguns municípios tenham apresentado respostas detalhadas sobre suas estratégias e outros ainda não se manifestaram, o Diário de Garça segue acompanhando a situação da dengue na região e mantém espaço aberto para futuras atualizações por parte das Prefeituras.
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