Na noite de segunda-feira, 17 de março, durante a 7ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Garça, o gerente de relacionamento com o cliente da CPFL Energia, Carlos Eduardo Camargo, foi convidado para esclarecer questões relacionadas aos fios de telecomunicações espalhados pela cidade. O tema, que tem gerado preocupação entre os vereadores e a população, foi discutido em detalhes, com críticas e propostas de soluções para o problema.
Responsabilidades e medidas da CPFL
Camargo explicou que a CPFL é responsável pela gestão da infraestrutura dos postes e pelo compartilhamento desses espaços com empresas de telecomunicação. Segundo ele, existem três tipos de ocupação nos postes:
- Regular: quando a empresa tem contrato aprovado pela CPFL;
- Irregular: quando a empresa possui contrato, mas não tem autorização específica para a área ocupada;
- Clandestina: quando a ocupação ocorre sem qualquer autorização da CPFL.
“A distribuidora tem a responsabilidade de zelar pelo compartilhamento adequado, mas as empresas ocupantes devem regularizar suas instalações e arcar com os custos,” afirmou Camargo. Ele também destacou que a CPFL realiza notificações e, em casos emergenciais, remove fios que ofereçam risco iminente.
A CPFL propôs a formação de um grupo de emergência para atuação rápida em situações de risco, semelhante ao que já ocorre em cidades como Bauru e Marília. “Quando identificamos um problema, acionamos as empresas responsáveis diretamente, para que a correção ocorra de forma imediata,” disse Camargo.
Vereadores cobram ações mais efetivas
Durante a sessão, os vereadores questionaram a efetividade das medidas adotadas pela CPFL. A vereadora Elaine Oliveira indagou se há um levantamento específico sobre o número de ocupações irregulares e clandestinas na cidade. Camargo respondeu que esse levantamento será feito ao longo do processo de regularização.
O vereador Pedro Santos criticou a demora na resolução do problema e cobrou maior comprometimento da CPFL no cumprimento da Lei Municipal. “A CPFL precisa respeitar a nossa legislação. Os fios soltos já causaram acidentes graves, e a população não pode continuar sofrendo com isso,” afirmou. Ele também ressaltou que a lei determina prazos para a regularização: 20 dias para fios que não apresentem risco e 10 dias para os que oferecem perigo.
O vereador Sargento Neri também cobrou mais fiscalização por parte da CPFL. “Vocês recebem das operadoras para usar os postes, então têm responsabilidade objetiva sobre a organização dessa infraestrutura. A prefeitura e a população não devem trabalhar para a CPFL,” criticou. Ele ainda reforçou que a concessionária deve cumprir rigorosamente as normas técnicas para garantir a segurança dos cidadãos.
CPFL defende planejamento conjunto
Em resposta, Carlos Eduardo Camargo reconheceu as críticas e afirmou que a CPFL está comprometida em resolver o problema, mas destacou que a solução requer um trabalho conjunto com as operadoras de telecomunicações e o poder público. Ele explicou que a empresa tem notificado as empresas responsáveis pelos cabos irregulares e que, em casos emergenciais, a CPFL remove os fios que oferecem risco imediato. No entanto, ele ressaltou que a regularização completa da cidade levará tempo e planejamento.
"Estamos trazendo uma proposta de trabalho estruturado junto ao município de Garça, contando com o apoio de todos os ocupantes. Espero que esses nove que estão cadastrados aqui façam cada um sua parte", afirmou Camargo.
No entanto, os vereadores destacaram que a CPFL não esclareceu como será feita a responsabilização em casos de acidentes causados pelos fios soltos. O vereador Pedro Santos exibiu um vídeo de um acidente recente envolvendo fios caídos, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de medidas mais urgentes.
Vereadores propõem comissão para fiscalizar ações da CPFL
Diante da falta de soluções concretas, o vereador Pedro Santos propôs a criação de uma comissão temporária para acompanhar as ações da CPFL na fiscalização e regularização dos fios no município. A ideia foi apoiada por outros vereadores, como o Sargento Neri, que destacou a importância de cobrar a responsabilidade da CPFL e das operadoras. “A CPFL não está acima da lei municipal. O que precisa é executar a lei”, afirmou.
O vereador Paulo André sugeriu que a prefeitura notifique a CPFL de forma mais específica, ponto a ponto, para que as irregularidades sejam resolvidas de maneira mais eficiente. Ele também concordou que a CPFL deve assumir a responsabilidade primária pela fiscalização, sem depender exclusivamente das notificações da prefeitura.
Próximos passos
Ao final da sessão, Carlos Eduardo Camargo agradeceu a oportunidade de discutir o tema e reafirmou o compromisso da CPFL em resolver o problema dos fios em Garça. Ele destacou que a empresa está aberta a trabalhar em conjunto com o poder público e os vereadores para encontrar soluções efetivas.
A presidente da Câmara, Raquel Sartori, encerrou a discussão agradecendo a presença de Camargo e reforçando a importância de acompanhar as ações da CPFL. “Estaremos juntos acompanhando esse trabalho”, afirmou Raquel, sinalizando que o tema continuará em pauta nas próximas sessões.
A reunião deixou claro que, apesar dos esforços da CPFL, os vereadores esperam ações mais concretas e rápidas para resolver o problema dos fios na cidade, que têm gerado riscos à segurança da população e afetado a estética urbana de Garça.
📌 A sessão pode ser assistida na íntegra no Facebook e YouTube da Câmara Municipal de Garça.
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