ONGs e veterinários chamam atenção para o aumento de aquisições por impulso e os riscos do abandono de coelhos após o feriado. Animal exige cuidados, acompanhamento e não deve ser presenteado como enfeite.
Presentear coelhos vivos na Páscoa pode parecer um gesto carinhoso, mas esconde riscos sérios para os animais. A prática, comum durante o feriado, muitas vezes resulta em abandono semanas depois, quando o encanto passa e os tutores percebem as exigências reais de cuidar de um animal de estimação.
Segundo a ONG Adote um Orelhudo, cerca de 40% dos coelhos adquiridos como presente na Páscoa acabam abandonados entre os meses de maio e junho. Muitos são deixados em parques ou terrenos baldios, onde ficam vulneráveis a doenças, fome e ataques de predadores.
Reprodução rápida, abandono frequente
Os coelhos se reproduzem com rapidez impressionante. As fêmeas podem engravidar a partir dos quatro meses de idade e dar à luz em média seis a oito filhotes por ninhada, com gestação de apenas 30 dias. Sem controle, a população cresce descontroladamente — um desafio que aumenta quando os animais são deixados à própria sorte.
Além disso, por serem dóceis e silenciosos, muitas famílias os veem como pets “fáceis de cuidar”. Na prática, eles demandam atenção e ambiente apropriado, o que nem sempre é levado em conta.
Um compromisso de longo prazo
Ao contrário do que muitos pensam, coelhos não são animais de vida curta. Eles podem viver entre 6 e 12 anos, dependendo da raça e dos cuidados recebidos. Exigem espaço para se movimentar, uma dieta específica baseada em feno e vegetais, além de acompanhamento veterinário.
Ambientes inadequados, como gaiolas pequenas ou locais quentes demais, são prejudiciais e favorecem o surgimento de doenças, lesões nas patas, obesidade e estresse.
Páscoa com responsabilidade e empatia
A recomendação de especialistas é clara: coelhos não devem ser tratados como brinquedos ou símbolos decorativos. O ideal é optar por alternativas simbólicas, como pelúcias ou ovos de chocolate, que celebram a data sem comprometer o bem-estar de um ser vivo.
Adotar um animal é um gesto nobre, mas precisa ser feito com consciência. Só tenha um pet se puder garantir os cuidados necessários por toda a vida dele. A decisão deve ser baseada no respeito e no compromisso com o bem-estar do animal.
Antes de adotar, pense: você está pronto para cuidar por 10 anos ou mais?
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