Estudantes desenvolvem caneta que detecta drogas em bebidas para combater o golpe “Boa noite, Cinderela”

Cinco estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional José Maria Falcão, localizada em Pacajus, no Ceará, desenvolveram uma solução inovadora e acessível para combater um dos crimes mais recorrentes contra mulheres em ambientes sociais: o golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela”.

A origem da ideia

O projeto nasceu durante uma feira de ciências promovida pela escola, cujo tema central era o protagonismo feminino. A partir da proposta, as alunas Ana Clara Torres do Vale, Ana Letícia Sousa de Oliveira, Bianca Emanuelle da Silva Lino, Maria de Fátima Rodrigues Xavier Soares e Mariana Severiano Menezes decidiram trabalhar na criação de uma ferramenta de prevenção ao uso de drogas em bebidas alcoólicas.

Como funciona a caneta

Batizado de “Drug Test Pen”, o dispositivo é simples e portátil. Para utilizá-lo, basta traçar uma linha com a caneta sobre um papel filtro ou guardanapo e pingar gotas da bebida suspeita. Caso haja a presença de benzodiazepínicos – substâncias tranquilizantes comumente usadas para dopar vítimas – o papel revela pontos pretos em até 10 segundos.

O reagente utilizado foi desenvolvido pelas próprias estudantes no laboratório da escola, após pesquisa sobre as substâncias mais recorrentes nesses crimes.

Acessibilidade e impacto social

Com custo estimado em R$ 10 por unidade, a caneta se destaca pela acessibilidade. Para efeito de comparação, kits similares importados chegam a custar até R$ 300. Além de barato, o dispositivo é reutilizável, o que amplia sua viabilidade prática.

As estudantes destacam que o objetivo é que a caneta chegue ao público como uma ferramenta de proteção individual e de uso cotidiano, promovendo segurança especialmente para mulheres.

Reconhecimento e próximos passos

O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na USP, onde despertou grande interesse por sua relevância social e potencial de mercado. A equipe agora trabalha na realização de testes mais avançados e na formalização do pedido de patente do produto.

Protagonismo feminino na ciência

Mais do que uma invenção funcional, a “Drug Test Pen” simboliza o poder transformador da educação e do protagonismo feminino na ciência. Ao traduzirem conhecimento técnico em solução real, as jovens mostram que inovação também pode – e deve – ser uma aliada da segurança e da autonomia das mulheres.

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