A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é causada por quatro sorotipos virais (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Na maioria dos casos, a infecção é assintomática ou leve, com sintomas que desaparecem em até duas semanas, graças à resposta imunológica do corpo. No entanto, a segunda infecção por um sorotipo diferente do primeiro preocupa especialistas, pois aumenta significativamente o risco de complicações graves.
De acordo com pesquisas, o sistema imunológico pode desempenhar um papel importante nesse agravamento. Os anticorpos gerados na primeira infecção reconhecem o novo sorotipo, mas nem sempre conseguem neutralizá-lo, facilitando a entrada do vírus nas células. Além disso, as células T de memória, que deveriam proteger, podem desencadear uma resposta inflamatória excessiva, piorando o quadro.
Por que a vacina precisa ser tetravalente?
A comunidade científica defende que uma vacina eficaz contra a dengue deve proteger contra os quatro sorotipos simultaneamente, como a candidata desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o National Institutes of Health (NIH) dos EUA. Essa abordagem evita o risco de o imunizante agravar uma futura infecção e pode ser aplicada com segurança mesmo em quem já teve a doença.
Fatores que influenciam a gravidade
Além da resposta imunológica, a genética do vírus e do hospedeiro, comorbidades e estado nutricional influenciam na evolução da doença. Estudos indicam que, em países endêmicos como o Brasil, o risco de dengue sintomática na segunda infecção é 9,4 vezes maior, e o de complicações graves, 23,7 vezes maior.
Sinais de alerta e quando buscar ajuda
A dengue grave pode apresentar uma "falsa melhora": após alguns dias de sintomas clássicos (febre, dor no corpo, cansaço), o paciente parece se recuperar, mas a doença pode evoluir para hemorragias e falência orgânica. Sinais de alerta incluem:
- Dor abdominal intensa
- Vômitos persistentes ou com sangue
- Sangramento de mucosas
- Palidez e queda da temperatura corporal
Automedicação é perigosa!
Anti-inflamatórios (como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico) e corticoides podem agravar a doença. O tratamento deve ser acompanhado por um médico.
0 Comentários
Aviso sobre comentários
Todas as opiniões publicadas neste espaço são de responsabilidade de seus autores. O Diário de Garça reserva-se o direito de excluir comentários que contenham conteúdo racista, misógino, capacitista, que coloquem em risco a integridade física de terceiros, ou que promovam discursos de ódio e discriminação. Nosso objetivo é manter um ambiente de diálogo respeitoso e seguro para todos. Agradecemos sua compreensão e colaboração.