A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou, na última segunda-feira, dia 8 de abril, o Relatório Anual de Tecnologia e Meio Ambiente 2024, documento que consolida os principais resultados dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) realizados pelas empresas do setor de óleo e gás. A publicação reforça o compromisso da agência com transparência, sustentabilidade e transição energética, além de apresentar dados sobre os avanços regulatórios e tecnológicos no segmento.
Investimentos em PD&I atingem R$ 4,2 bilhões
Segundo o documento, em 2024, os recursos aplicados em PD&I mantiveram patamar elevado, totalizando R$ 4,2 bilhões, valor alinhado com os dois anos anteriores. A Cláusula de PD&I, prevista nos contratos de Exploração e Produção (E&P), consolida-se como um mecanismo fundamental para fomentar a inovação no setor energético. No último ano, foram submetidos 758 planos de trabalho, e o número de instituições de pesquisa credenciadas chegou a 1.112 unidades, distribuídas em 207 entidades em todo o país.
Sustentabilidade ganha destaque nos projetos
O relatório aponta um crescimento expressivo em iniciativas voltadas à eficiência energética, transição energética e proteção ambiental. Enquanto em 2020 apenas 15 projetos nessas áreas foram realizados, em 2024 o número saltou para 97, com investimentos contratados passando de R$ 264,9R$ 1,88 bilhão. Essa mudança reflete uma nova prioridade na agenda regulatória, alinhada aos desafios globais de descarbonização e sustentabilidade.
Formação de talentos e inovação aberta
O Programa de Formação de Recursos Humanos (PRH-ANP), que completou 25 anos em 2024, destinou R$ 42,6 milhões a bolsas de estudo, beneficiando 1.171 pesquisadores em 54 programas de ensino. A iniciativa foi reestruturada com base em três eixos: acadêmico, empreendedor e profissionalizante, visando maior integração entre bolsistas e projetos do setor.
Outro destaque foi o lançamento do Programa NAVE, focado em inovação aberta por meio de startups. Com participação de oito grandes empresas (incluindo Petrobras, Shell e Equinor), a iniciativa recebeu 262 inscrições de startups de 18 estados, cobrindo 85% dos 67 desafios tecnológicos propostos.
Contribuição aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Pela primeira vez, o relatório inclui uma análise da contribuição dos projetos de PD&I aos ODS da ONU. Os resultados indicam alto potencial de impacto, especialmente nos objetivos:
ODS 7 (Energia limpa e acessível)
ODS 9 (Indústria, inovação e infraestrutura)
ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima)
Modernização regulatória e ferramentas digitais
A ANP avançou na modernização de sistemas, como o Painel Dinâmico de Emissões de GEE, que agora oferece dados detalhados por campo e instalação. Além disso, iniciou um estudo regulatório para reduzir emissões de metano e publicou um relatório sobre Captura, Uso e Armazenamento de Carbono (CCUS), preparando o setor para a regulamentação definitiva da Lei nº 14.993/2024.
Rumo a uma energia mais inovadora e sustentável
O Relatório Anual 2024 evidencia o papel estratégico da ANP na promoção da inovação e na transição energética. Com investimentos robustos em PD&I, foco em sustentabilidade e modernização regulatória, a agência consolida mecanismos que impulsionam não apenas o setor de óleo e gás, mas também o futuro energético do Brasil.
Acesso ao relatório completo
O documento na íntegra pode ser acessado em:
https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/tecnologia-meio-ambiente/pesquisa-desenvolvimento-inovacao/relatorio-anual-de-tecnologia-e-meio-ambiente
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